| 11 Outubro 2012
Artigos - Governo do PT
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A imoralidade virou movimento de massas no Brasil, em movimento semelhante ao que se verificou na Alemanha de Hitler.
A reação de José Dirceu e José Genoíno à condenação pelo STF, no caso do mensalão, merece uma reflexão. Eles não apenas repudiam a sentença, mas o julgamento em si, como se aquele tribunal fosse de exceção e eles vítimas de perseguições políticas. A insensibilidade moral do réus agora apenados é escandalosa.
Para
ambos, realizar o que se chamou de mensalão não passou de ato de rotina
daqueles que chegaram ao poder pelo voto, como se isso os tornasse
plenipotenciários e acima do bem e do mal. Com o mensalão, fizeram
apenas uma atalho para realizar a vontade do novo príncipe. A oposição
legislativa era uma chateação e um obstáculo a ser superado, em face das
limitações que impunha ao exercício do poder. Comprar os votos foi o
caminho mais curto para fazê-lo.
Estamos
aqui diante da mais crua convicção de que os fins justificam os meios. É
a mesma ética deformada dos revolucionários que, nos anos sessenta,
ousaram tomar armas contra o Estado brasileiro. Tudo em nome da missão
messiânica que foi dada a si mesmos por eles.
É
problema menor que ambos sejam essa frieza moral petrificada, que lhes
veda o sentimento de culpa. O problema maior é perceber que parte
ponderável da população endossa essa visão vitimizada da dupla. A prova
mais dura dessa realidade é a pesquisa do Datafolha, que indica intenção
de votos em Fernando Haddad, no segundo turno para a prefeitura de São
Paulo, com consagradores 47%. Aqui podemos dizer que o crime
revolucionário compensa e que os fins justificam os meios, de fato.
Vemos
que um dos mais perversos frutos da revolução gramsciana que se
desenvolve há décadas é esse embotamento moral, em que as pessoas deixam
de saber diferenciar o certo do errado, o moral do imoral, o legal do
criminoso. A imoralidade virou movimento de massas no Brasil, em
movimento semelhante ao que se verificou na Alemanha de Hitler, tão
belamente descrito no romance As Benevolentes, de Jonathan Littell. O
Brasil, como a Alemanha de outrora, está prenhe de violência
revolucionária. Basta conversar com os partidários de Fernando Haddad
sobre o mensalão e suas consequência para se ver o ódio espumante que
carregam. Essa gente com poder total fará pior que os nazistas.
A
imoralidade como movimento de massa, como desdém à ordem legal
constituída e a implícita delegação para que o partido dominante faça a
sua agenda, a despeito das leis, é doença psíquica grave, de potenciais
consequências nefastas. Por sorte o STF deu demonstração de vitalidade,
dando a impressão de que a elite estamental do Estado ainda mantém um
mínimo de lucidez. Mas bem vimos ministros lamentarem ter que inflingir
sentença a José Genoíno e mesmo a José Dirceu, por carregarem
supostamente uma bela biografia de revolucionários. Apavorante.
O
que nos livra da barbárie final por enquanto é a legalidade e sua
implícita moralidade. Mas é uma força frágil, que depende da inteireza
moral dos governantes. Estamos vendo que essa condição moral está sendo
pedida, mormente se Fernando Haddad se eleger prefeito de São Paulo em
pleno julgamento do mensalão.
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