| 08 Outubro 2012
Artigos - Direito
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Conselho Regional de Psicologia do Distrito Federal intima o psicólogo cristão Luciano Garrido a "prestar esclarecimentos" sobre o artigo Carta Aberta aos Psicólogos do Brasil, publicado no
Mídia Sem Máscara.
Mídia Sem Máscara.
Comentário de Klauber Cristofen Pires: Os leitores assíduos conhecem o conceito que dou a todos os conselhos de classe e ordens profissionais, inclusive a OAB: Não passam de cartéis legalizados, descendentes que são das antigas guildas e corporações de ofício. No Brasil, ascenderam de legítimas e úteis associações privadas a temerosas e parasitárias autarquias, que mais funcionam à moda de estados paralelos, legiferando, tributando e exercendo a mais plena auto-executoriedade com o mais absoluto desdém à representatividade popular, à Constituição e às leis.
Ludwig
von Mises já havia detectado o fenômeno que denominou de “socialismo
das guildas”, que “pretendiam instaurar, segundo palavras dos Webbs, “o
direito de autodeterminação de cada profissão”. Entretanto, como muito
bem antecipado pelo mestre austríaco, “as guildas monopolísticas não
precisam temer a competição; gozam do direito inalienável de
exclusividade no seu setor de produção. De servidores do consumidor
transformam-se em senhores. Ficam livres para recorrer a práticas que
favorecem seus membros às custas do resto da população.” (Mises, Ação
Humana, p. 1115 a 1117).
O
caso do sistema Conselho de Psicologia tem se mostrado particularmente
emblemático: de forma contumaz e ostensiva, tem sequestrado os direitos
políticos dos seus associados, e sem qualquer autorização destes e
absolutamente contra suas próprias disposições estatutárias e
regulamentares, tem-se posto a drapejar diversas bandeiras da ideologia
esquerdista, como o feminismo, especialmente no que tange à questão do
aborto, bem como o gayzismo e até a censura, eufemística e
camaleonicamente denominada de "controle social dos meios de
comunicação", ao mesmo tempo em que persegue quaisquer vozes
discordantes, como foi o caso das psicólogas cristãs Marisa Lobo e
Rozângela Justino, e agora, como o psicólogo e colaborador do Mídia Sem
Máscara Luciano Garrido.
Por estes motivos, tenho denunciado que tal instituição comete pelo menos três crimes pavorosos, entre os quais:
1
- Abuso de poder, por arvorar-se na pretensão de direito de censurar os
psicólogos. Desde quando uma reles autarquia tem o poder de legislar
sobre direito de liberdade de expressão - uma garantia individual
fundamental solidificada na Constituição como cláusula pétrea e
independente de ulterior regulamentação? Para quem tem alguma dúvida, aí
está:
Art
5º, Inc IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística,
científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença; e
§1º - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata.
2
- Falsidade Ideológica: o sistema Conselhos de Psicologia (FCP e
CRP's), bem como quaisquer outros conselhos de outras categorias, não
são partidos políticos, tampouco associações privadas do tipo
"think-tanks"; logo, não possuem autorização e nem sequer legitimidade
para adotar determinadas posturas políticas em nome da totalidade dos
seus associados. No entanto, a infiltração de uma ativa militância
política tem sido constatável de forma cada vez mais escandalosa nestas
instituições, minando perigosamente o processo democrático do país e
volatilizando o que restava de lisura, isenção e idoneidade.
3
– Prevaricação: É sabido que as próprias disposições estatutárias e
regulamentares proíbem tais organismos de imiscuírem-se em questões
políticas, e no entanto
tais cláusulas normativas são pisoteadas por franco protagonismo
exercido não apenas por psicólogos em si, mas pelas pessoas que exercem
as funções de direção destes órgãos, justamente porque investidas nessa
qualidade, e comparando-se, em contraste, com a franca censura e
perseguição aos profissionais da categoria que têm objeções e que se
mostram dissidentes, configura-se aí o flagrante da prevaricação, que
consiste em valer-se do cargo para "retardar ou deixar de praticar,
indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa
de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal".
Aqui
vai um apelo direto ao Ministério Público Federal, bem como aos
parlamentares comprometidos com a defesa da liberdade e da democracia:
impeçam esta verdadeira usurpação da titularidade dos direitos políticos
dos cidadãos submetidos ao curralismo político por conta de suas
respectivas profissões.
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